Descobrindo Meu Lugar no Mundo Reflexões sobre propósito e identidade

O tópico que abordarei hoje surgiu de uma conversa profundamente reflexiva que tive recentemente com alguém muito querida. À medida que nossa conversa avançava, uma frase que ela mencionou trouxe clareza à sua angústia — uma angústia que ressoa com muitos de nós. É bem possível que você também já tenha enfrentado esse dilema em algum momento, e é por isso que gostaria de convidá-la a embarcar nessa jornada comigo. Minha intenção é oferecer clareza e plantar a semente da autorreflexão em seu jardim interno. Essa jornada nos levará a diversas reflexões e valiosos insights.

Gostaria de começar nossa conversa com uma pergunta: Você sente que o lugar em que se encontra atualmente reflete quem você é, e se sente realizada no que faz?

Compreendo que essa pergunta frequentemente é negligenciada, pois as demandas do dia a dia muitas vezes nos empurram para um ritmo acelerado e automático. No entanto, a vida tem uma maneira sutil de nos conduzir a momentos de introspecção. São nesses momentos que começamos a questionar nossos valores, o significado de nossas ações e, acima de tudo, nosso propósito de vida.

Às vezes, essa pausa reflexiva ocorre devido a uma simples observação de alguém ou algo que presenciamos. Nesse momento, nosso coração deixa de bater no mesmo compasso de antes. Em outras palavras, algo que vimos ou ouvimos age como um gatilho, desencadeando reflexões sobre a situação, seja no âmbito profissional, pessoal ou interpessoal.

Como mencionei anteriormente, a inspiração para escrever este artigo surgiu da narrativa dessa pessoa que chamou minha atenção. Ela mencionou uma frase que ecoou profundamente em mim: “Qual é o meu lugar na fila do pão?”nas entrelinhas dessa pergunta, reside algo que merece uma análise mais profunda.

No momento em que ela mencionou esta frase, senti sua alma pedindo ajuda, desejando compreender sua própria jornada na vida. Ela se via como uma peça de quebra-cabeça, tentando entender como se encaixar, questionando se o que faz ou vive lhe preenche e faz sentido. É também uma expressão da busca por propósito, identidade e satisfação pessoal. Essa pergunta reflete a necessidade de entender se suas escolhas e ações estão alinhadas com sua verdadeira essência e contribuem para sua felicidade e realização.

No entanto, esse universo é complexo, pois cada pessoa tem sua realidade individual. A partir de minha experiência como terapeuta e das inúmeras vezes em que ouvi esse questionamento de maneiras diversas, percebi que os padrões de comportamento estabelecidos e crenças limitantes ao longo da vida exercem influência sobre tais questões e claro, outros fatores também devem ser considerados, mas permita-me compartilhar um exemplo para ilustrar meu raciocínio.

Imagine alguém que, ao longo de sua vida, por inúmeras razões, abriu mão de suas próprias aspirações em prol dos outros — amigos, filhos, familiares ou até mesmo seus superiores. Eles sacrificaram suas necessidades pessoais, priorizando os desejos e necessidades alheios. Embora muitas vezes tenham agido com as melhores intenções, o resultado frequentemente é uma sensação de ser um mero coadjuvante em sua própria narrativa pessoal, porque de alguma forma absorveram as lições da vida de maneira distorcida, ao assumir o papel do cuidador, anulando a si mesmos.

Isso nos leva a refletir sobre o lugar que devemos ocupar em nossas vidas e como se relacionar com nosso propósito. Quando perguntei como se sentia no lugar onde está agora e se está realizada com o que faz, minha intenção foi levá-la a uma análise de suas verdadeiras necessidades, encorajando a se reconectar com sua essência.

Quero te ajudar a compreender que não importa quais tarefas esteja realizando, o mais importante é que elas a representem e a tragam felicidade. Neste momento, o sentimento que surge, mesmo que traga uma certa angústia, é a voz da sua criança interior, carinhosamente pedindo ajuda, pois ela ficou tão esquecida ao longo do tempo que talvez tenha chegado a hora de acolhê-la e cuidar dela, fazendo as pazes com essa parte tão importante.

A nossa vida é feita de escolhas, e cada uma delas influenciará nos resultados que desejamos alcançar. Se você se sente feliz e preenchida internamente por cuidar de sua família, passar tempo com seus filhos e se dedicar às tarefas domésticas, está tudo bem fazer o que te faz bem, pois cada pessoa carrega consigo um conjunto único de sonhos, desejos e aspirações, e esse leque de anseios não segue um padrão universal. O que torna a vida tão rica e diversa é o fato de que cada indivíduo tem sua própria visão do que constitui uma vida significativa e satisfatória. O que pode trazer realização profunda a uma pessoa pode não ter o mesmo efeito em outra, e isso é perfeitamente normal.

Na minha perspectiva, o que se torna verdadeiramente prejudicial é quando alguém se encontra em uma situação que gera infelicidade e uma sensação de vazio e angústia. Isso ocorre por se afastar de seus verdadeiros desejos e aspiraçõescedendo às expectativas externas ou aos padrões impostos pela sociedade. Ao seguir um caminho que não está alinhado com sua verdadeira essência, é natural que sentimentos de insatisfação e desconexão surjam.

A pergunta fundamental é: O que você faz hoje traz alegria à sua alma?

Ou talvez mais uma vez tenha se comprometido a ajudar os outros, enquanto sua alma anseia por trilhar caminhos diferentes, deixando-a perdida em pensamentos e sentimentos conflitantes?

Veja, não tenho como fornecer respostas a essas perguntas, pois elas residem em seu íntimo, mas quero que reflita sobre um ponto importante.

Por vezes sem perceber é depositado expectativas naqueles que nos rodeiam, esperando que nos valorizem, já que estamos nos esforçando ao máximo, mas quando esses esforços não são reconhecidos, bate à porta o sentimento de frustração, decepção e mágoalevando a questionar sobre o verdadeiro propósito o que nos leva a outra reflexão:

Até que ponto o reconhecimento externo tem o poder de influenciar nosso autoconceito a ponto de minar nosso potencial, gerando dúvidas sobre nosso propósito e nos deixando incertos quanto ao nosso verdadeiro lugar neste mundo?

E se, em lugar disso, voltássemos nossa atenção para nosso interior, compreendendo que a verdadeira valorização se origina em nós, ao nutrirmos o autorrespeito e o amor-próprio. Nesse processo, descobrimos a habilidade de sintonizar com nossos desejos e sonhos, permitindo que a voz de nossa ALMA guie nossas ações, em harmonia com nossa verdade interior.

Faça um exercício de auto-observação e analise cuidadosamente a sua jornada até o momento atual, considerando as habilidades que adquiriu ao longo do caminho.

Mas para chegar a conclusões significativas, é fundamental tirar um tempo para a introspecção e o silêncio. Esse momento permite olhar para dentro, explorar eventuais conflitos emocionais e transformar crenças limitantes em crenças capacitadoras.

Por vezes, durante esse processo de reconstrução emocional e comportamental, poderá aparecer o seu ‘sabotador interno’ que tentará desviar a sua atenção, mas não o alimente, siga essa jornada de autoanálise. Você terá a chance de se reconectar com os sonhos antigos, aqueles anseios autênticos que você nutria.

E pergunte a si mesma: O que estou fazendo agora está próximo do que sonhava quando era criança, se não, quais ajustes devo fazer? Ao buscar essas respostas com sinceridade, você encontrará a orientação necessária para alinhar sua trajetória com seu propósito mais profundo.

Lembre-se de que o Divino Criador, em sua infinita sabedoria e amor, está sempre presente, guiando você em direção à compreensão e à realização de sua missão. À medida que se aproxima de sua alma e aceita a verdade de seu ser interior, o caminho se torna mais claro, e a jornada adquire um novo significado e propósito.

Com carinho,

Picture of Êurenì RS Pálma

Êurenì RS Pálma

Terapeuta floral e professora de autodesenvolvimento, ajuda você a cuidar das emoções e alcançar objetivos.
Registro Internacional nº 02018.2181

Compartilhe com seus amigos.

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Deixe seu comentário.

3.5 2 votos
Classificação do artigo
Inscrever-se
Notificar de
1 Comentário
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Sheila
1 ano atrás

Olá Ni ,

Um excelente texto que nos traz muitas reflexões. Se permitir entrar no Silêncio do nosso Ser nos faz entrar em contato com um Universo Repleto de Infinitas Possibilidades, de Muito Amor e Força para seguir no Nosso Caminhar
E como Você me disse uma vez : Não tenha pressa apenas siga, pois o Caminho vai se Abrindo e de Verdade quando colocamos os pés, Deus Pai/Mãe vai colocando o Chão.🙏🩵🌹

Me siga nas redes sociais;

Posts Recentes

A Importância de Esvaziar a Mente

Esvaziar a mente não significa eliminar todos os pensamentos. É sobre criar espaço entre eles Em nosso mundo moderno, somos constantemente bombardeados por estímulos, informações e demandas. Nossa mente

Leia mais... »
plugins premium WordPress
1
0
O que achou, por favor, comente.x