Preocupação Excessiva e seus Impactos na Saúde Mental a Longo Prazo

Você sabia que a preocupação excessiva a longo prazo pode representar um risco significativo para nossa saúde mental? Neste artigo, meu objetivo é fornecer uma compreensão mais profunda das implicações desse comportamento em nossas vidas, bem como seu impacto direto em nossa saúde mental e emocional. Vamos explorar as causas subjacentes, identificar os sintomas e o que é mais importante, discutir estratégias para enfrentar esse desafio e proteger nossa saúde.

Todos nós enfrentamos preocupações na vida; isso é inevitável. No entanto, o que muitos de nós talvez não percebam é o perigo que ela pode representar. O que começa como um simples pensamento passageiro  pode, com o tempo, se transformar em uma espiral de inquietação constante, impactando negativamente nossa saúde emocional. Às vezes, nem mesmo percebemos os gatilhos ou as possíveis causas.

Uma mente excessivamente preocupada pode levar ao desenvolvimento do que chamamos de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), uma condição que envolve preocupações persistentes em relação a várias áreas, como saúde, trabalho, família, finanças, relacionamentos e muito mais. Em muitos casos, sendo desproporcional à situação real e difícil de controlar.

Durante meus anos de prática, tenho atendido diversas pessoas que enfrentam esse problema. Frequentemente, elas relatam sintomas como tensão muscular, dores crônicas no corpo (especialmente em ombros e pescoço), irritabilidade, impaciência, distúrbios do sono, baixo desempenho e foco — todos sintomas resultantes do estresse crônico e cada um desses sintomas tem sua própria causa individual.

Acredito que o ponto de partida para lidar com esse desafio está na compreensão da importância da auto-observação. Os sinais muitas vezes se manifestam de forma sutil e, se não estivermos atentos, podem se tornar crônicos. Precisamos investigar as causas subjacentes, ou seja, o que leva uma pessoa a manter uma atividade mental tão intensa a ponto de prejudicar sua própria saúde, mesmo quando a situação aparentemente não seja tão grave ou esteja for a de seu controle.

É fundamental entender que o Transtorno de Ansiedade Generalizada não surge do nada. Ele se manifesta de maneira gradual e muitas vezes é difícil identificar quando exatamente a condição se desenvolveu. Na maioria dos casos, é o resultado de uma combinação de fatores, e a maneira como enfrentamos os desafios da vida está intrinsecamente ligada à nossa personalidade e aos padrões de pensamento que desenvolvemos ao longo do tempoIsso, por sua vez, contribui para os excessos que caracterizam essa condição.

Vamos trazer clareza a partir de dois exemplos?

Pense em alguém que está enfrentando dificuldades de foco em suas atividades diárias. Inicialmente, essa pessoa pode acreditar que está tendo problemas de memória, pois parece esquecer tarefas simples ou se distrair com facilidade. No entanto, à medida que investigamos mais a fundo, descobrimos que sua mente está constantemente preocupada e sobrecarregada com uma série de situações, como preocupações financeiras, conflitos pessoais ou estresse no trabalho e não sabe como resolvê-los.

Imagine o mental dessa pessoa como uma ‘CPU’ que está tão cheia de informações que não há espaço disponível para quase mais nada e, sem perceber, este cérebro pode dar um ‘bug, onde o excesso de ansiedade e preocupações impedem seu funcionamento normal.

Esta informação ressoa com a sua realidade ou conhece alguém que passa por isso?

Embora a intervenção sob a perspectiva da medicina tradicional seja crucial para lidar com esses sintomas, é igualmente vital reconhecer a dimensão emocional. Com frequência, queixas de baixa concentração e dificuldade de memória estão intrinsecamente ligadas ao estresse, ansiedade e outras questões emocionais que precisam ser abordadas para alcançar um equilíbrio mental e emocional saudável.

Um outro exemplo que esclarece uma visão desproporcional da situação vivida é o caso de um profissional altamente qualificado que desempenha bem suas tarefas, mas atualmente está com medo de perder seu emprego.

Essa preocupação pode levá-lo a trabalhar horas extras regularmente e a verificar seu e-mail com mais frequência do que o necessário, porque, na realidade, ele está nutrindo uma ansiedade relacionada a uma preocupação precipitada sobre a perda do emprego, mesmo que seu desempenho seja consistente e suas chances sejam mínimas.

Entretanto, essa situação pode se agravar, uma vez que nossos comportamentos e sentimentos não impactam apenas uma área da vida; eles têm o potencial de afetar outras áreas, incluindo a saúde e o bem-estar. Isso pode desencadear problemas como insônia devido ao estresse contínuo, dores de cabeça recorrentes e dificuldades de concentração. A vida pessoal também corre o risco de ser prejudicada, pois a pessoa acaba se afastando da família e dos amigos, concentrando-se quase que exclusivamente no trabalho, sentindo-se responsável pelo sustento da família.

No entanto, o ponto importante a se destacar é que essa preocupação com a perda do emprego está desproporcional à situação real. Essa pessoa está antecipando algo que nem sequer é certo, e essa ansiedade em relação a um futuro incerto interfere significativamente em sua saúde e em seus relacionamentos.

Mas quais as possíveis causas que podem contribuir com esses padrões?

Esses dois exemplos ilustram como nossas vivências, crenças e padrões podem exercer influência em nossas vidas. No primeiro caso, a sobrecarga emocional pode ter suas raízes nos modelos parentais, onde a ansiedade e instabilidade emocional frente as adversidades devam ter sido figuras presentes, especialmente em relação ao enfrentamento de problemas.

Se seus pais costumavam adotar padrões de escassez e não abordavam os problemas com foco na resolução, ou seja, se eles transmitiram uma mentalidade voltada para evitar desafios, testemunhar esses comportamentos por parte dos pais no enfrentamento de problemas pode tê-la colocado em uma situação na qual se sente desafiada a encontrar soluções. Isso resulta em uma sensação de estar limitada pelas dificuldades atuais, uma vez que não podemos subestimar o impacto dos padrões de pensamento e comportamento dos pais, que frequentemente influenciam a forma como seus filhos encaram as adversidades da vida na idade adulta.

Já no segundo exemplo, o medo de perder o emprego pode ser uma resposta às pressões no ambiente de trabalho. No entanto, se exploramos a fundo, podemos descobrir que essa ansiedade pode ter raízes mais profundas, pois essa pessoa pode carregar consigo sentimento de insegurança, autocrítica e um desejo constante de sucesso, possivelmente devido a crenças e padrões inconscientes que a envolvem em uma sensação de obrigação profunda, contribuindo assim para seu sofrimento mental. Essas emoções não resolvidas e não processadas podem criar um solo fértil para o medo e a ansiedade em relação a sua situação.

Mas é importante lembrar que estou apenas considerando diferentes situações e usando esses exemplos para tornar o ponto mais claro. Cada pessoa reage de maneira única aos desafios. No entanto, é vital entender que todos nós podemos mudar esses padrões, em vez de ficar presos a eles e culpar nossos pais pelo nosso comportamento.

A mente é moldada por experiências e vivências anteriores e ao alimentarmos essas preocupações estamos criando um atalho para afetar nossa qualidade de vida. Mesmo que as possibilidades sejam reais, a intensidade com que nos entregamos aos problemas tende a nos prejudicar. É essencial compreender que, embora enfrentemos desafios, nem todos são proporcionais às situações reais. Com frequência, amplificamos ameaças ou criamos cenários hipotéticos que, na prática, têm menos impacto do que imaginamos. Esse fenômeno reflete nossa capacidade de superestimar problemas e muitas vezes, nos mantém mentalmente presos, impedindo-nos de enxergar soluções práticas.

Além disso, o estresse causado por essas preocupações pode ter efeitos prejudiciais à saúde física, como o aumento do risco de problemas cardíacos, hipertensão e distúrbios gastrointestinais. Em casos mais graves, algumas pessoas podem recorrer ao abuso de substâncias químicas na tentativa de aliviar seu tormento mental. Isso pode levar ao desenvolvimento de problemas de dependência, tornando a situação ainda mais desafiadora e preocupante.

É importante destacar que existem maneiras eficazes de enfrentar esse problema e recuperar o controle de nossas vidas. O primeiro passo é reconhecer quando estamos indo longe demais com nossos pensamentos, e para isso, o autoconhecimento desempenha um papel fundamental.

Buscar ajuda profissional, como terapia, pode ser extremamente eficaz, pois será uma oportunidade de aprender estratégias para gerenciar e superar esses desafios. No entanto, precisamos compreender que, embora não tenhamos controle absoluto sobre a vida, podemos controlar a forma como respondemos aos nossos pensamentos. São esses padrões e crenças, muitas vezes inconscientes, que moldam nossa realidade. Quando focamos demais no problema e negligenciamos a busca por soluções, inevitavelmente sofreremos as consequências.

Portanto, é crucial fazer uma pausa e questionar se vale a pena investir tanta energia em uma situação. Avalie se o que está em jogo é real ou se devido a experiências passadas, você não está complicando a situação e perdendo de vista a luz no fim do túnel.

Além disso, ações práticas podem ser muito úteis, como a prática da meditação, ela nos concede calma a mente reduzindo os níveis de ansiedade. O exercício físico também é uma ótima opção, pois a prática regular de esporte, mesmo que seja uma simples caminhada ajuda a regular nossos hormônios, melhora o humor e reduz os níveis de preocupação.

Um ponto fundamental a ser considerado é não se isolar em seu próprio mundo mental angustiante. Busque se relacionar com seus amigos e familiares, e você perceberá que essa troca saudável proporcionará momentos de relaxamento e alívio. Isso, por sua vez, possibilitará que você encare a situação de uma perspectiva diferente.

Às vezes, dar um passo para trás e olhar a situação de for a é fundamental, e contar com o apoio de amigos e familiares será muito importante nesse processo.

Lembre-se de que você não está sozinha nessa jornada, é plenamente possível trilhar o caminho em direção a uma mente mais tranquila, equilibrada e serena. Este direito é seu, basta abraçá-lo com sabedoria e libertar-se dessa prisão mental.

Conte comigo sempre!

Com carinho,

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Êurenì RS Pálma

Terapeuta floral e professora de autodesenvolvimento, ajuda você a cuidar das emoções e alcançar objetivos.
Registro Internacional nº 02018.2181

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Tatielle
2 meses atrás

Maravilhoso ensinamento, me abriu os olhos e clareou as idéias, obrigada pela dedicação em nos ajudar a cuida da mente, do corpo e da alma.

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