Ao longo da nossa jornada de vida principalmente durante a infância, somos moldados por uma série de influências e aprendemos por meio de exemplos. Inicialmente, nossos pais são os principais modelos e, à medida que crescemos nossos professores e o ambiente ao nosso redor também desempenham um papel significativo nesse processo de aprendizado. O cérebro humano tem uma tendência natural a assimilar informações por meio da repetição.

Neste caso consideremos, por exemplo, uma criança que cresceu ouvindo constantemente a mensagem de que o sucesso na vida requer força, que não se pode perder tempo e que o fracasso em seus empreendimentos é algo inaceitável. Nesse período, a mente dessa criança absorve essas mensagens e naturalmente começa a internalizá-las como verdades incontestáveis, criando suas crenças e padrões que levará para a sua vida.

É comum eu ouvir frases do tipo “Eu sempre fui assim; puxei meu pai, mãe ou outros familiares”. Embora seja verdade que trazemos informações em nosso DNA como, a nossa genética, crenças e padrões podemos a partir do momento em que percebemos que tais comportamentos geram dores e sofrimentos, ressignificá-los. No entanto, algumas vezes por diversas razões permanecemos na zona de conforto o que de conforto não tem nada, apenas contribuem com nossas dores emocionais como a ansiedade.

Podemos considerar que essas pessoas internalizaram ao longo da vida devido ao que viveram e ouviram, um padrão que chamamos na Terapia Floral de padrão Rock Water. Isso ocorre muitas vezes devido aos modelos parentais, citado anteriormente. Se continuarmos a alimentar esses padrões e crenças eles poderão influenciar negativamente nossa forma de encarar a vida, especialmente quando confrontados com situações inesperadas afetando nossos relacionamentos interpessoais, carreira profissional e outros aspectos da vida.

Deixa-me exemplificar para trazer maior clareza. Imagine uma pessoa cuja essência é marcada pela impaciência e pelo desejo de controle. Ela está constantemente em busca de eficiência e não tolera a menor das demoras em suas atividades diárias. Embora essa característica possa ser uma vantagem em muitos aspectos, torna-se um desafio quando um imprevisto surge em seu caminho.

Suponhamos que ela seja responsável por coordenar um evento importante em sua empresa. Afinal, pessoas com características Impatiens são frequentemente solicitadas e respeitadas por sua proatividade e eficiência. Ela planejou cada detalhe meticulosamente garantindo que tudo ocorra de acordo com seu cronograma. No entanto, no dia do evento, ocorre um imprevisto: uma queda de energia que interrompe todas as apresentações programadas.

Nesse momento, a ansiedade surge com força total. A combinação de impaciência e desejo de controle faz com que ela fique sobrecarregada pela ansiedade, pois não pode antecipar ou controlar essa situação inesperada. Ela começa a se preocupar intensamente com o impacto negativo que essa interrupção pode causar no evento, em seu próprio desempenho e em sua reputação profissional.

Este cenário ilustra claramente como a ansiedade pode se manifestar intensamente em pessoas com traços de personalidade Impatiens quando confrontadas com desafios imprevistos que escapam ao seu controle imediato, especialmente quando trazem uma condição crônica Rock Water, ou seja, isso significa que além das características mencionadas anteriormente, elas estão sobrecarregadas por crenças limitantes de autocobrança, rigidez e a busca implacável pela perfeição.

Uma pessoa com a personalidade Impatiens se não equilibrar essa característica, terá a tendência de passar por várias experiências assim ao longo da vida, o que com o tempo, inevitavelmente poderá prejudicar sua saúde física sendo acometida de dores musculares, dores de cabeça, bruxismo, atm, insônia e muito mais.

É fundamental que elas compreendam profundamente que a vida é intrinsecamente imprevisível, por mais que se esforcem nem sempre será possível manter um controle absoluto sobre todos os aspectos. O cerne desse entendimento reside no reconhecimento de que embora não tenhamos controle direto sobre nossas emoções, pois estas são moldadas pelo nosso sistema límbico, uma área do cérebro responsável por processar e regular nossas reações emocionais, podemos minimizar e influenciar os resultados por meio da compreensão desse processo complexo. Isso não implica que sejamos impotentes diante de nossas emoções.

A chave está em reconhecer que temos um controle considerável sobre nossos pensamentos, que é onde tudo começa. Ao cultivarmos pensamentos conscientes e positivos, somos capazes de gerar sentimentos mais favoráveis o que por sua vez, nos impulsionarão a adotar comportamentos alinhados com nossos valores e objetivos pessoais.

Além disso, é essencial que essas pessoas cultivem um olhar mais amoroso para si mesmas, precisam compreender que é fundamental respeitar o seu ritmo interno, bem como o dos outros ao seu redor. Entender que ser seu próprio capataz com auto cobranças e busca incessante pela perfeição só irá resultar em sofrimento, tanto físico quanto emocional e deveriam internalizar que nem todas as pessoas são naturalmente rápidas como elas, pois cada indivíduo possui suas próprias formas eficientes de atuação.

E não menos importante, precisam aprender a dar uma pausa e praticar a contemplação, focando no presente, no “aqui e agora”. Dessa forma, a jornada para o controle emocional não se trata de eliminar todas as situações imprevistas, mas sim de desenvolver a capacidade de lidar com elas de maneira construtiva e adaptativa. É um processo que nos permite encontrar um equilíbrio entre aceitar as incertezas da vida, cultivar respeito pelo nosso ritmo interno e pelo dos outros e utilizar nosso poder de pensamento para influenciar positivamente nossas respostas emocionais e comportamentais.

Assim, é imprescindível ressaltar que a Terapia Floral de Bach, uma abordagem complementar e integrativa, desempenha um papel crucial nesse processo de transformação, proporcionando o apoio e a clareza emocional necessários para aqueles que buscam superar a ansiedade.

Compreender nossa própria natureza e trabalhar para desenvolver um relacionamento mais saudável com nossas emoções é o primeiro passo em direção a uma vida mais equilibrada e plena.