Às vezes, é preciso se perder para se encontrar

Perder-se não é apenas um estado físico ou geográfico; é um estado interno. É aquele momento em que nos sentimos desconectados de nós mesmos, quando as escolhas que fazemos parecem não refletir o que realmente desejamos. Pode ser o vazio de uma rotina sem propósito ou a sensação de estar fora do lugar mesmo cercado por pessoas. No entanto, essa “perda” pode ser o primeiro passo para algo maior: o autoconhecimento.

Por mais que seja difícil admitir, isso faz parte do nosso processo de crescimento. É no caos e na incerteza que muitas vezes encontramos nosso caminho.

E sabe porque isso ocorre?

Nos perdemos porque vivemos em um mundo que infelizmente valoriza muito mais o “O TER” do que “O SER”, a sociedade nos ensina a seguir padrões: estudar, trabalhar, conquistar bens materiais. Mas raramente somos incentivados a olhar para dentro, a questionar o que realmente nos faz felizes. Muitas vezes, seguimos caminhos traçados por outros como nossos familiares, amigos ou a própria cultura e sabe o que acontece?

Acabamos nos distanciando de nossos desejos mais profundos. Além disso, o cotidiano nos sobrecarrega com distrações: redes sociais, trabalho excessivo e uma necessidade constante de validação externa, tudo isso nos afasta do silêncio necessário para ouvir nossa própria voz interior.

Você concorda que isso pode parecer assustador à primeira vista?

Eu entendo completamente esse sentimento, pois já vivi momentos em que também me sentia perdida e muitas vezes me questionava, como por exemplo: Em que momento deixei de enxergar essa possibilidade? e ouço isso constantemente em minhas consultas.

Mas entenda que por mais desafiador que isso possa ser, ao mesmo tempo é uma grande oportunidade de recomeçar. Quando estamos perdidos, somos forçados a sair da zona de conforto e enfrentar perguntas difíceis como: Quem sou eu? O que realmente quero? Quais são os valores que guiam minha vida? Esse processo exige coragem e paciência. Não há atalhos para o autoconhecimento; ele é construído aos poucos, por meio de reflexões honestas e experiências que vivemos dia a dia.

A vida não é uma linha reta; é um ciclo contínuo de perdas e reencontros. Cada vez que nos perdemos — seja por uma crise pessoal, uma mudança inesperada ou até mesmo por escolhas equivocadas — temos a chance de nos reinventar. Portanto, ao invés de temer os momentos em que tudo parece confuso ou incerto, encare-os como convites para novas possibilidades. Afinal, essa é uma chance de ouro para descobrir novos caminhos.