Intolerância: Transformando Perspectivas com o Floral Beech

Interpreto esse padrão de comportamento como uma forma de “autoproteção”. Quantas vezes em consulta escutei pessoas dizer “ Eureni, eu sou casca grossa, não aceito determinadas situações” e ao descortinar essas camadas emocionais, percebo que essa casca grossa é na verdade, uma maneira em que essa pessoa encontrou para se defender das asperezas da vida, simplesmente para se proteger daquilo que um dia ela viveu e ficou marcado em suas memórias inconscientes.

A boa notícia é que podemos mudar essa forma de enxergar o mundo. Com um pouco de reflexão, autoconhecimento e ferramentas como os Florais de Bach — em especial o floral Beech — , é possível cultivar uma postura mais generosa, compreensiva e acolhedora diante dos outros e de nós mesmos.

Essa intolerância pode se manifestar de formas sutis no cotidiano. Vamos imaginar as seguintes situações: Você está no trânsito e alguém faz uma manobra errada. Imediatamente, pensa: “Que motorista horrível! Como pode ser tão incompetente a esse ponto?”

No trabalho, um colega comete um erro simples. Em vez de auxiliar e mostrar onde ele errou, você o julga como incapaz.

Em casa, sua filha esquece de fazer algo que você pediu. Sua reação imediata? Se exaltar e verbalizar que ela nunca faz nada direito.Agora, reflita: como você acha que essas pessoas se relacionarão com o mundo externo?

Talvez essas três situações sejam reflexo de um dia mal vivido. Logo ao enfrentar o primeiro problema no trânsito, essa frustração reverberou no ambiente de trabalho dessa pessoa e, consequentemente, em casa.

Faz sentido?

Percebe como uma situação está conectada à outra? Ou seja, questões internas mal resolvidas acabam sendo influenciadas — e amplificadas — pelas intercorrências que a vida inevitavelmente impõe.

Esses exemplos mostram como é fácil cair na armadilha do olhar para o outro com críticas constantes. Quando estamos nesse estado mental, tendemos a focar apenas no que está errado, ignorando completamente as qualidades. Essa postura não só prejudica nossos relacionamentos, mas também nos deixa emocionalmente desgastados, e em alguns casos a pessoa é isolada em virtude de seu comportamento.

A intolerância muitas vezes nasce de uma desconexão interna. Quando estamos insatisfeitos com a gente ou com a vida, tendemos a projetar essa insatisfação nos outros, pois essa crítica constante pode ser uma tentativa inconsciente de controlar o mundo ao nosso redor, e isso merece uma reflexão mais profunda.

Uma pessoa controladora ou crítica pode carregar em sua memória experiências do passado que, de forma inconsciente, moldaram esse comportamento. É importante lembrar que existem dois lados dessa moeda. Não podemos julgá-la, pois ao fazer isso estaríamos reproduzindo o mesmo padrão de intolerância.

Sob uma perspectiva terapêutica, ao analisar a história de pessoas que tendem a ser críticas ou intolerantes, é comum identificar que esses comportamentos estão ligados a modelos ou experiências vividas no passado e o meu papel é lançar luz sobre essas questões, ajudando a pessoa a compreender que, muitas vezes, sua atitude inadequada é fruto de situações em que ela se sentiu cerceada ou cobrada no passado. Com esse entendimento e um trabalho gradual, é possível ajudá-la a transformar seus padrões de comportamento e suas respostas emocionais, promovendo mudanças significativas em sua forma de se relacionar consigo mesma e com os outros.

É aqui que entra o floral Beech , um dos Florais de Bach mais indicados para trabalhar a intolerância e aceitação. Beech é para aqueles momentos em que só conseguimos enxergar os defeitos do outro como mencionei anteriormente, quando nos tornamos críticos demais e esquecemos de olhar para as qualidades ou situações por trás das ações das pessoas. Dr. Bach descreveu Beech como a essência que ajuda a cultivar “tolerância e compreensão para com os outros”. Ele nos convida a sair do lugar do juiz e entrar em um espaço mais generoso — um espaço onde somos capazes de aceitar as imperfeições humanas com mais leveza. Ao tomar essa essência, começamos a perceber que todos têm suas lutas internas e que nem sempre sabemos o que está acontecendo na vida do outro.

Pois quando praticamos a generosidade em nossas relações, algo mágico acontece: começamos a sentir mais leveza em nossa própria vida. Não significa concordar com tudo ou ignorar problemas; é sobre reconhecer que cada pessoa está em seu próprio caminho de aprendizagem — assim como nós estamos no nosso.

Imagine como seria viver em um mundo onde olhamos uns para os outros com mais compreensão do que julgamento. Onde enxergamos as qualidades antes dos defeitos. Onde damos espaço para as pessoas serem quem são, sem tentar moldá-las às nossas expectativas. Essa transformação começa dentro de cada um de nós.

Ao trabalhar essa intolerância com ferramentas como a terapia floral e práticas conscientes no dia a dia, damos um passo importante rumo a relações mais harmoniosas e significativas.