Umprocrastinação pode ser comparada a uma videira teimosa que se enraíza em nossa rotina, cresce vigorosamente quando não é podada e se torna uma barreira robusta, uma muralha que se ergue entre nós e nossos objetivos. Assim como um jardim exige cuidados constantes para evitar que plantas indesejadas dominem o espaço, nosso cérebro necessita de atenção e esforço contínuos para evitar que os padrões de autossabotagem se consolidem.
Quem procrastina acaba adiando mesmo tendo a intenção de realizar, perdendo o interesse, uma vez que seu cérebro está condicionado a determinados padrões comportamentais. Isso se assemelha a tentar atravessar corredores desafiadores, enfrentando barreiras internas que superam a vontade de agir. Na perspectiva da terapia floral, esse momento é comparável ao comportamento Hornbeam, um tema que explorarei mais profundamente em 2024 aqui para você.
Nesse processo, deparamo-nos com diversos gatilhos emocionais que podem desencadear esse comportamento, como o medo. Muitas vezes, esse sentimento impede a pessoa de iniciar novos projetos, pois ela receia o fracasso, além da preocupação com a possível exposição a críticas. Essa ansiedade diante do desconhecido pode se tornar uma barreira significativa, levando à procrastinação simplesmente para evitar lidar com a incerteza e as pressões associadas.
Outro sabotador recorrente é a busca incessante pela perfeição, pois o desejo de alcançar um padrão impecável pode paralisar a ação, tornando-se uma fechadura que impede o progresso. A pessoa pode optar por adiar o envio de um trabalho por sentir a necessidade de garantir que cada detalhe esteja perfeito, mesmo ciente de que essa busca incessante pode gerar resultados adversos.
Além disso, o cérebro muitas vezes nos desafia ao preferir recompensas imediatas. É comum que algumas pessoas optem por realizar tarefas mais prazerosas em vez de investir tempo em atividades que prometem benefícios a longo prazo.
Um exemplo, é a pessoa que escolhe navegar no entretenimento online em vez de dedicar tempo à leitura e ao estudo para um exame importante, é óbvio que essa distração vai oferecer maior prazer, mas no longo prazo, a dedicação aos estudos seria fundamental para alcançar o objetivo acadêmico que ela almeja. Essa escolha ilustra a batalha entre a satisfação imediata e o compromisso para atingir nossos objetivos no futuro.
Compreender a mudança de hábitos é como desmontar essas muralhas, destravar as portas e percorrer o jardim da autotransformação. Romper com essa inércia demanda uma imersão profunda em nossas próprias emoções, sentimentos e comportamentos, onde a autorreflexão serve como uma bússola orientadora, guiando-nos através desses corredores internos.
Como tenho enfatizado ao longo do tempo, é crucial que cultivemos o controle sobre nossos pensamentos, uma vez que são eles os impulsionadores de nossos resultados, sejam eles positivos ou não. Para alcançar esse domínio, é necessário praticar diariamente, pois nosso cérebro aprende por meio da repetição. Ao ressignificar constantemente os comportamentos em cada ação decorrente de nossas respostas mentais, fortalecemos a capacidade de moldar ativamente o curso de nossas experiências e conquistas.
Dessa forma, não precisamos esperar a virada do ano para iniciar mudanças, temos o privilégio de criar novos hábitos, e quanto mais sólidos e consistentes forem, mais distantes ficaremos dos padrões antigos, reconstruindo um novo cenário. A tomada de decisão implica assumir a responsabilidade por nossas vidas. Ao invés de esperar que o tempo traga mudanças automáticas, devemos agir proativamente, isso significa reconhecer que somos os protagonistas de nossa história e que cada escolha molda nosso caminho.
Embora saibamos que a mudança pode ser desafiadora, ainda assim esse desafio é recompensador. Não se trata apenas de uma resolução de final de ano, mas de uma jornada constante de autodescoberta e aprimoramento.