Construindo Conexões Entre Gerações: Dicas para Fortalecer os Vínculos Familiares entre Pais e Filhos.

“Na verdade, quem ama corrige. O que prejudica a criança é a permissividade, é não saber dizer não. Quem ama de verdade, disciplina. Porque amor sem limite vira bagunça, vira malcriação.” Içami Tiba

Quem nunca se perguntou se está agindo certo na criação dos filhos?

Alguns pais trazem essa questão para o meu consultório, carregando consigo sentimento de culpa e até mesmo a sensação de fracasso em suas habilidades em lidar com seus filhos, sejam eles crianças ou adolescentes. Às vezes, atribuem essa falha” à impossibilidade de proporcionar tudo o que eles desejam, como tempo, brinquedos, viagens ou a aquisição de um smartfone moderno, por exemplo.

Mas, será que o problema realmente está no que não conseguem oferecer materialmente aos filhos?

Educar é sem dúvida, um desafio, afinal não recebemos um manual de instruções claro sobre o que é certo ou errado, não é verdade?

Mas podemos nos instruir e aprender em como fazer diferente. Assim, ao escolher o tema deste mês, pensei em como poderia ajudar meus seguidores em relação a esse dilema tão comum. E como nada acontece por acaso, em uma masterclass de um curso que estou fazendo, foi abordado exatamente esse assunto, e não tive dúvidas em construir este artigo com base nesses conceitos mais aprofundados.

Portanto, prepare-se, pois o assunto será extenso e o objetivo do meu blog é trazer conteúdos que agreguem valor à sua vida e das pessoas que te rodeiam.

Vamos iniciar abordando as dinâmicas parentais, analisando suas influências e buscar uma abordagem que possa trazer um ponto de equilíbrio na condução educacional de nossos filhos. Não pretendo impor demandas ou assumir um papel de influenciadora, pois já há distorções suficientes nas redes sociais. Meu propósito é tornar esse processo mais leve e, acima de tudo, trazer clareza de que a jornada inicial, da infância à adolescência é moldada pelos diferentes estilos parentaispodendo impactar tanto os aspectos emocionais e comportamentais desses indivíduos quanto as nossas próprias vidas. Construir um alicerce sólido e estrutural é crucial para o bem-estar e harmonia deste núcleo familiar.

É necessário entender, que quando recebemos esses queridos seres em nossas vidas, assumimos uma responsabilidade que pode ser comparada a um laboratório. Nesse “laboratório”, temos a chance de explorar o mundo dessa criança e, ao mesmo tempo, dar a ela a chance de descobrir coisas novas. Durante essas experiências, vamos acertar e errar, mas o nosso verdadeiro objetivo é sempre buscar o que é melhor para todos, especialmente para elas. Essa reflexão se torna essencial ao considerarmos como os adultos guiam e interagem com suas crianças. A maneira como lidam com elas hoje deixará uma marca influenciando não só o presente, mas também as futuras gerações .

Ao longo das décadas, testemunhamos o surgimento e desenvolvimento de diversas gerações, cada uma moldada por contextos históricos, avanços tecnológicos e transformações culturais. Entender essas características é crucial para os pais que buscam criar ambientes educacionais que atendam às necessidades emocionais de seus filhos e vale ressaltar que nós, enquanto pais, também somos produtos dessas gerações.

Possivelmente, assim como eu, você faça parte das gerações Baby Boomers ou Geração X. Entendo que essas nomenclaturas possam parecer um pouco estranhas e confusas, mas vou explicar brevemente para que você possa compreender melhor os conflitos de gerações e estilos que surgem. Esse entendimento é necessário, já que estamos em constante processo de mudanças.

Vamos conhecer essas gerações e refletir sobre como suas características podem influenciar as dinâmicas familiares e a forma como educamos os nossos filhos. Essa análise nos proporcionará insights valiosos, permitindo-nos lidar de maneira mais eficaz com as diversas perspectivas e valores que cada geração traz consigo.

A Geração Baby Boomers, é composta por pessoas nascidos entre 1946 e 1964, Os modelos parentais dessa época eram caracterizados por padrões de rigidez, autoritarismo e inflexibilidade. Como resultado, adotaram uma abordagem disciplinadora, destacando valores tradicionais na educação de seus filhos, transmitindo esses princípios para as gerações seguintes.

A Geração X, nascidos entre 1965 e 1980, viveram em um período de mudanças sociais, como o movimento hippie, e presenciaram alguns avanços tecnológicos. Buscavam estabilidade e flexibilidade, valorizando a independência, a capacidade de adaptação e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Os pais dessa geração tendem a adotar uma abordagem mais flexível na educação de seus filhos, procurando equilibrar disciplina e compreensão. Valorizam a autonomia e a individualidade, embora essa abordagem também possa ser caracterizada por uma certa permissividade.

A Geração Y, também conhecida como Millennials, nascidos entre 1981 e 1996, testemunhou a expansão da internet e valorizam a expressão emocionalcaracterizando-se por uma mentalidade mais inclusiva e tolerante. Os pais pertencentes a essa geração muitas vezes buscam equilibrar o papel de pais, amigos e orientadoresNo entanto, em alguns casos, essa abordagem pode resultar em uma falta de autoridade parental. Outro fator preponderante é a pressão para alcançar objetivos profissionais e pessoais, o que pode impactar na disponibilidade de tempo e energia dedicados aos filhos.

A Geração Z, nascidos em meados da década de 1990 até meados da década de 2010, cresceram em um mundo altamente tecnológico e globalizado. Essas pessoas enfrentam o desafio de uma exposição precoce à tecnologia, o que destaca a importância de estabelecer limites saudáveis. Além disso, a ênfase na colaboração, uma característica marcante dessa geração, pode apresentar desafios na imposição de disciplina quando necessário.

Perceba que cada geração tem seus pontos fortes e desafios específicos no processo de criação. No entanto, independentemente da geração à qual pertencemos, é preciso compreender a importância de respeitar a biografia individual, buscando um ponto sensato no processo educacional, considerando as particularidades de cada criança ou adolescente, fundamental para promover um ambiente saudável e favorável ao seu desenvolvimento.

E quando estudamos a obra e ideias expressas por Dr. Edward Bach na década de 30, percebemos que ele antecipou muitos conceitos discutidos hoje sobre a influência dos pais na formação dos filhos. Em sua obra “Cura-te a Ti Mesmo”, escrita em 1936, Bach destaca que os pais são fundamentais na vida de um ser. Ele deixa claro a importância de compreender esse papel, guiando os pais para orientarem seus filhos de forma integral, ou seja, mental, física, emocional e espiritual.

A visão de Dr. Bach sugere que cada filho é uma alma única em busca de experiências materiais nesta jornada chamada Vida” propondo que os pais permitam que seus filhos sigam os ditames de seu Eu Superior, contribuindo assim para seu desenvolvimento sem prejudicá-los em sua trajetória. No entanto, antes de chegarmos a conclusões precipitadas sobre essa citação, é crucial termos clareza sobre a mensagem que Bach estava buscando transmitir.

Ao conectarmos suas ideias com as discussões contemporâneas sobre gerações e parentalidade, percebemos como sua abordagem visionária oferece uma base rica para entendermos o impacto dos pais no desenvolvimento único de cada indivíduo. A compreensão profunda de seu legado nos permite enriquecer o diálogo sobre a criação dos filhos, integrando a sabedoria do passado à nossa compreensão atual.

É fundamental reconhecer que conceder liberdade aos filhos não implica negar nossa responsabilidade como cuidadores, um conceito também enfatizado por Dr. Içami Tiba, psiquiatra e psicoterapeuta familiar que nos deixou em 2015. Em seu livro “Quem Ama Educa”, ele destaca a importância do papel dos pais em disciplinar e estabelecer limites para seus filhos. Tiba enfatiza que o verdadeiro amor inclui a correção e a disciplina, alertando sobre os riscos da permissividade, que pode prejudicar o seu desenvolvimento.

Essa abordagem equilibrada, proposta por ele, é de extrema importância para criar um ambiente que promova o crescimento e a formação de valores sólidos. Isso se alinha à filosofia de Bach, especialmente quando consideramos as correções necessárias em nosso próprio desenvolvimento como indivíduos. Nesse sentido, é relevante destacar que educar não é apenas sobre dar liberdade, mas também sobre orientar, corrigir e disciplinar quando necessário.

E quem pode ajudar neste processo de correções?

A função de um mentor é orientar seu “mentorado”, oferecendo direção, apoio e conhecimento. De maneira análoga, os pais também desempenham esse papel na vida de seus filhos, guiando-os desde a infância até a maturidade. Esses cuidadores enfrentam o desafio de encontrar um ponto de equilíbrio entre fornecer orientação e permitir que seus filhos desenvolvam independência. É como uma dança cuidadosa, onde guiamos e encorajamos a própria descoberta, construindo uma base firme para crescer e alcançar todo o seu potencial.

Agora saber se esse projeto dará certo” no futuro é uma incógnita, mas acredito que a resposta esteja no entendimento de que nossos filhos espelham-se em nós. São nossas ações, palavras e comportamentos que moldarão sua construção emocional, influenciando a maneira como enfrentarão as frustrações da vida, seus relacionamentos futuros e suas escolhas de maneira geral.

Uma criança que cresce em um ambiente estressante, sem estrutura, marcado por conflitos frequentes e falta de carinho, pode apresentar comportamentos inadequados. Desta maneira, deve ser utilizado abordagens que incentivem uma comunicação aberta e entendimento claro entre todos, especialmente mantendo coerência nessa comunicação.

Por exemplo, se você orienta seu filho a não mentir, mas em determinada situação, pede para ele dizer que não está quando alguém liga para você, como pode esperar que ele compreenda essa dualidade e não minta para você em determinadas situações? Onde está a coerência nesse cenário?

Da mesma forma, ao lidar com a agressividade de uma criança, é essencial que a resposta do adulto vá além de simplesmente enfatizar a necessidade de silêncio ou interrupção do choro por meio de ameaças verbais e/ou físicas. Caso contrário, existe o perigo da criança assimilar a ideia de que violência e agressividade são métodos eficazes para lidar com frustrações. Isso pode resultar em uma visão distorcida, fazendo com que ela perceba tais atitudes como respostas aceitáveis para controlar emoções ou resolver seus conflitos. Essa dinâmica pode, por sua vez, refletir em suas relações futuras, manifestando-se através de submissão, subestimação e repressão de sentimentos, ou mesmo tornando-se reativa diante das adversidades da vida.

Mas porque os pais agem dessa forma com seus filhos?

Como mencionei anteriormente, o meu objetivo não é criticar e sim dar luz a este cenário. Uma pessoa que adota uma postura autoritária pode estar replicando padrões que aprendeu em suas próprias experiências passadas, lembra das gerações e estilos parentais?

O pai de hoje é, na verdade, o filho do passado, estabelecendo um ciclo contínuo de influência geracional. Essa interconexão entre gerações destaca como as experiências passadas moldam as práticas parentais presentes. À medida que o filho hoje é influenciado pela criação recebida, ele se tornará o pai de amanhã, transmitindo, por sua vez, essas influências às próximas gerações. Essa dificuldade em reconhecer, compreender, nomear e regular emoções armazenadas internamente pode levar a expressões inadequadas diante do comportamento dos filhos, seja por meio de autoritarismo ou permissividade. Isso resulta em métodos de criação que, em vez de promover uma comunicação aberta e compreensiva, podem favorecer excessos de liberdade e falta de limites.

É fundamental adotar uma abordagem na qual a autoridade seja construída por meio do diálogo e da compreensão mútua, em vez de apenas exigir obediência. Isso implica em criar espaços seguros nos quais pais e filhos possam conversar abertamente sobre seus sentimentos e pensamentos, incentivando uma comunicação que seja acolhedora e empática.

Em contrapartida, é inevitável que nossos filhos se deparem com situações frustrantes; é parte essencial do processo de aprendizado lidar com esses desafios. Reconhecer que a vida não segue sempre nossos desejos é um elemento importante para o crescimento emocional. Permitir vivenciar essas emoções, acompanhadas de uma explicação transparente sobre os motivos por trás das decisões dos pais, não apenas favorece um entendimento mais aprofundado, mas também promove uma saúde emocional robusta. Essa abordagem proporciona as ferramentas necessárias para que possam enfrentar as adversidades e cultivar resiliência ao longo de suas vidas.

Como podemos minimizar esses impactos?

Desenvolver a habilidade de ouvir, acolher e permitir que a criança ou adolescente expresse seus sentimentos, entendendo o seu mundo mental e as razões por trás de suas ações, é um caminho essencial para suavizar essas reações. Essa abordagem centrada na comunicação e compreensão mútua cria um ambiente propício para o fortalecimento dos laços familiares.

A verdade é que, esses pais também precisam ter a oportunidade de trabalhar ativamente seus sentimentos. Afinal, como podem oferecer apoio e orientação aos filhos se, também estão lidando com os próprios desafios emocionais?

É comum que se sintam perdidos diante das diversas demandas e diferenças, e precisam reconhecer que eles também necessitam ser ouvidos, acolhidos e orientados. Às vezes, a pressão da responsabilidade pela criação dos filhos, associado a rotina profissional e outras demandas podem ser esmagadora, especialmente quando confrontada com as complexidades emocionais de cada membro da família. Eles merecem um espaço para expressar suas preocupações, compartilhar experiências e receber orientação, contribuindo assim para o seu próprio desenvolvimento emocional. Quando estão emocionalmente equilibrados, são mais capazes de apoiar e guiar eficazmente seus filhos.

Gostaria de compartilhar algumas dicas simples que podem ser incorporadas à rotina diária da família, visando facilitar a relação entre pais e filhos.

Praticar o autocuidado: Investir no autocuidado é um passo crucial nesse percurso, pois ao voltarmos nosso olhar para nossas próprias necessidades e reconhecermos que não somos super-heróis, abrimos espaço para compreender o outro por uma perspectiva mais ampla. Você também pode buscar apoio terapêutico, momentos de lazer, prática de atividade física ou qualquer coisa que proporcione prazer, auto acolhimento e tranquilidade mental.

Seja exemplo para seus filhos: Eles observam e absorvem ações e palavras. Nesse sentido, como podemos esperar que eles adotem comportamentos saudáveis se não os praticamos em nosso cotidiano? Como podemos orientar nossos filhos a reduzirem o uso do celular se passamos a maior parte do tempo navegando no feed do Instagram? É vital, portanto, que busquemos alinhar nossas instruções aos nossos próprios comportamentos, promovendo coerência e consistência. Ao sermos um modelo consistente, oferecemos uma base sólida para que internalize valores e hábitos positivos em seu desenvolvimento.

Estabelecer limites e regras: As crianças necessitam de um guia para a construção de sua identidade, e é fundamental que os pais imponham limites. A permissividade excessiva pode transformá-las em indivíduos tirânicos no futuro, ou até mesmo manifestar uma personalidade vulnerável diante das adversidades da vida. Quando, de fato, a liberdade se apresentar, a ausência de limites claros poderá deixá-los desorientados, sem compreender plenamente como lidar com essa autonomia. Portanto, é crucial estabelecer limites consistentes na formação de sua identidade e prepará-la para enfrentar os desafios que a vida lhe reserva.

Realizar Atividades em Conjunto: Promover momentos compartilhados em família é essencial. Sentar-se à mesa para realizar refeições, sem a presença de celulares, é uma prática que fortalece os laços familiares. Além disso, dividir as tarefas do dia a dia, como lavar louça juntos, proporciona oportunidades valiosas de interação e cooperação. Essas atividades contribuem para a construção de vínculos afetivos e promovem um ambiente familiar mais conectado e harmonioso.

Pratique a escuta atenta e olhar dedicado: É de extrema importância saber ouvir as necessidades de seus filhos, compreender o que se passa com eles. Mesmo ao lidar com crianças que ainda não conseguem expressar claramente suas emoções, a iniciativa de se abaixar na altura de seus olhos, por exemplo, e perguntar em tom amoroso sobre o que ela está sentindo, o que aconteceu para deixá-la triste ou irritada, é essencial. Neste momento, não se trata de ser permissivo ou de ignorar as situações, mas sim de oferecer acolhimento e amor. No contexto de adolescentes, manter um diálogo aberto é essencial para compreender seus pensamentos e sentimentos. Agir dessa maneira não apenas fortalece a conexão, mas também auxilia os adolescentes a enfrentar os desafios dessa fase de forma mais saudável e a terem a certeza de que podem contar com seus pais, pois sempre estarão ali para apoiá-lo.

Em resumo, é essencial entender que não precisamos nos sentir culpados pelos desafios da criação dos filhos. Manter uma tranquilidade constante é difícil, e é normal passar por momentos difíceis. No entanto, ao adquirir conhecimento, podemos fazer ajustes contínuos.

Ser pai ou mãe é uma jornada de aprendizado constante, e a imperfeição faz parte desse percurso. Seu filho busca em você um porto seguro, alguém em quem confiar, mesmo que isso envolva correções ou conselhos. Essa abordagem amorosa reforça a ideia de que seu objetivo é acolher e orientar da melhor forma possível na jornada da vida. A relação construída com apoio, entendimento e amor cria uma base forte para seu filho seguir seu próprio caminho com confiança e força.

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Êurenì RS Pálma

Terapeuta floral e professora de autodesenvolvimento, ajuda você a cuidar das emoções e alcançar objetivos.
Registro Internacional nº 02018.2181

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